quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Nota de Radical sobre o escândalo da aposentadoria de Cássio

É preciso acabar com as regalias dos políticos!
Antonio Radical- Candidato a Governador da Paraíba


     O debate entre os candidatos a governador do Estado realizado pela TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes, nesta quinta-feira, 11 de setembro, foi marcado por uma polêmica entre o atual governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), e o senador Cássio Cunha Lima (PSDB).
      Na ocasião, Ricardo Coutinho acusou Cássio Cunha Lima de acumular uma pensão de ex-governador com o salário de senador da República somando um salário acima do teto constitucional que é de R$ 29 mil, o equivalente ao que recebe um ministro do Supremo Tribunal Federal. Em resposta, o senador tucano afirmou estar separado de sua antiga esposa e que ela está recebendo sua pensão de ex-governador. Cássio afirmou ainda que “solicitou a Secretaria de Administração do Estado que a pensão fosse destinada a sua ex-esposa e que se há ilegalidade, o governo do estado é conivente”.
(http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20140912073724&cat=politica&keys=rc-revela-pensao-ex-cassio-gera-constrangimento).
      O atual governador, por sua vez, rebateu dizendo que quem deveria pagar a pensão seria o senador e não o Tesouro Estadual. Tal discussão gerou um grande constrangimento nos estúdios da TV Clube.
      Na imprensa local, isso gerou muitas matérias e duas dessas se destacaram nos últimos dias. Uma, em que o site ParlamentoPB revela que o senador tucano pediu por ofício, em 2013, que a pensão voltasse a ser paga a ele (http://www.parlamentopb.com.br/Noticias/?cassio-pediu-que-pensao-voltasse-a-ser-paga-em-2013-12.09.2014). Neste oficio, Cássio Cunha Lima pede também que a pensão seja revertida em favor de sua ex-esposa.
      Sobre essa polêmica da atual campanha eleitoral na Paraíba, o PSTU entende que:
1)  Se, por um lado, Ricardo Coutinho afirma corretamente que deveria ser Cássio Cunha Lima a pagar a pensão de sua ex-esposa e não o Tesouro Estadual, é também correto que o seu governo foi conivente com a situação, pois matérias de portais de notícias de nosso Estado revelam que, da mesma forma que Cássio pediu por ofício ao governador a suspensão do pagamento dessa pensão, e depois (também por ofício) pediu o retorno do pagamento, no que foi aceito pelo governo em ambas as situações;
2)  Esse fato ocorrido no atual governo é mais uma prova de como é “republicano” o trato de Ricardo Coutinho com o bem público. Neste aspecto, Ricardo em nada se diferencia dos governos das oligarquias paraibanas, ou seja, trata o dinheiro e a máquina pública como se fosse sua propriedade;
3)  Outra coisa que este fato revela é a prática oportunista de ambos os lados nesta disputa. O governador Ricardo Coutinho tinha essa informação mas, enquanto Cássio Cunha Lima era seu aliado político, ele não a revelou, aproveitando-se agora no processo eleitoral, aonde está rompido politicamente com o senador tucano, para torná-la pública;
4)  Este lamentável episódio também marca uma característica dos grupos políticos envolvidos na disputa eleitoral: em vez de apresentarem soluções para os graves problemas sociais de nosso povo, preferem as picuinhas pessoais;        
5)  O PSTU defende que o Ministério Público Eleitoral (MPE) e o Ministério Público Estadual (MPPB) façam uma apuração rigorosa dessa denúncia feita pelo atual governador e que, após encontrarem os responsáveis por mais esse escândalo com o uso do dinheiro público, sejam punidos de forma exemplar. Defendemos também que tanto Ricardo Coutinho quanto Cássio Cunha Lima devolvam aos cofres públicos o que foi subtraído destes, com juros e correção.
6)  Defendemos que o MPE, ao fim das investigações e sendo constatada a responsabilidade dos envolvidos neste escândalo, tenham suas candidaturas impugnadas para que, assim, possamos ter garantida a lisura do processo democrático, que tanto se apregoa neste período de nossa conjuntura.
7)  Temos que por um fim na farra com o dinheiro público, onde políticos são tratados de forma diferenciada em relação aos trabalhadores/as. Recebem super salários, tem regalias e benefícios que a classe trabalhadora não tem  e ainda se aposentam bem mais cedo que o resto da população que trabalha no mínimo 35 anos
8)  Defendemos que todos os políticos recebam o salario igual ao de um trabalhador, baseado hoje no salário mínimo do DIEESE- Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos que hoje seria de R$2.861,55 e que todos e todas estejam submetidos as mesmas leis trabalhistas e regras de aposentadoria.

Paraíba, setembro de 2014.    


.


Nenhum comentário:

Postar um comentário