Nas eleições e nas lutas, a tarefa é construir
a Frente de Esquerda Socialista na Paraíba
As jornadas de junho de 2013
deixaram marcas profundas, ainda hoje se percebe os reflexos daquele momento,
com greves, passeatas e manifestações em vários lugares. As eleições de 2014
serão marcadas por essa onda de lutas e esse sentimento de inquietação que
ainda é possível se ver nas ruas deste país.
A partir disso, nosso povo passou a
ter um entendimento cada vez maior de que, se lutar, é possível vencer. As
inúmeras greves e atos que, desde junho/13, sacodem este país, é uma prova
inconteste da importância desse processo, que continua em aberto.
Assim, desde aquele momento, quando
as forças da esquerda socialista deste país, ajudaram a construir este processo,
buscando unificar todas as lutas que vêm ocorrendo a partir de então, surgiu
também no imaginário coletivo da vanguarda de nosso país, a necessidade da
construção de uma unidade entre essas forças também no terreno eleitoral deste
ano, para que assim possamos evidenciar, neste processo onde o que prevalece é
o poder econômico, uma proposta alternativa, que tenha respaldo nas lutas de
nosso povo.
A Frente de Esquerda sonhada e
construída em alguns estados do país é uma resposta à essa necessidade que a
vanguarda das jornadas de junho se impôs a cobrar do PSTU, PSOL e PCB. Não é
possível deixar nossa classe à mercê dos discursos e propostas enganadoras,
seja do PT ou PSDB, nem muito menos à dobradinha PSB/Rede.
Plenária da Frente de Esquerda Socialista |
É preciso apresentar uma saída pela
esquerda, que resgate as bandeiras históricas de nossa classe, “esquecidas”
pelo PT. Não queremos a volta da direita ao poder, mas não podemos concordar
com a política igualmente entreguista praticada pelo governo do PT, ao longo
dos últimos 12 anos.
Infelizmente, não foi possível
construir a Frente de Esquerda em nível nacional, mas isso não impede, de forma
alguma, que possamos nos unificar nos estados e construir esta ferramenta para
a classe trabalhadora. Assim estamos pensando e construindo na Paraíba.
Porém, para que possamos ter uma
Frente de Esquerda consequente, é fundamental não apenas construirmos o
programa mínimo, comum aos partidos envolvidos nesta caminhada, como também que
seja assegurada a TODOS os partidos uma posição na chapa majoritária
(governador. vice e senador). Estamos construindo o programa de forma coletiva,
através de GT’s que elaborarão as linhas mestras deste e, após este passo,
definiremos o programa em um seminário, envolvendo não apenas os partidos PSTU,
PSOL e PCB, mas o conjunto da militância que se dispuser a colaborar conosco
nesta elaboração.
A postura da direção do PSOL, porém,
coloca um entrave à construção efetiva da Frente de Esquerda em nosso estado. O
PSOL deseja ocupar as posições de governador e senador na chapa majoritária,
restando ao PSTU e PCB os demais cargos (vice e 1º suplente de senador). Tal
proposta é inaceitável, pois não garante aos demais partidos construtores
da Frente de Esquerda um espaço para também dialogarem com o povo paraibano.
O PSTU e o PCB desejam construir a
Frente de Esquerda, mas de forma democrática e igualitária, respeitando
todos/as os/as atores/atrizes envolvidos/as neste processo. Acreditamos que não
é com postura hegemonista, da parte de um/a destes/as que construiremos, nas
eleições e nas lutas, algo efetivamente alternativo, com caráter definido de
classe, para fazer avançar a consciência de nosso povo.
Chamamos
a direção estadual do PSOL a rever esta posição, bem como a todos/as
lutadores/as de nosso estado a fazer com que consigamos organizar a Frente de
Esquerda na Paraíba, de forma a garantir não apenas a construção coletiva de um
programa direcionado à nossa classe, como também fazer garantir o espaço
democrático e igualitário aos partidos que estão à frente deste processo –
PSTU, PSOL e PCB – na composição da chapa que apresentaremos ao povo paraibano
em outubro próximo.
Paraíba, maio de 2014.
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